Acho que fica para ali

04h45: o Rafael Robalo Pinheiro, o A320 da TAP, aterrou à tabela no aeroporto Henri Coandă, em Bucareste. Lá do alto, as luzes da capital romena brilhavam mostrando toda a dimensão da cidade. Cá em baixo, o manto escuro da noite cobria os vários aviões estacionados na placa do aeroporto. Tudo calmo por estas paragens… o expresso de Lisboa é o primeiro a chegar e a partir da pista de Otopeni.

Sem o trânsito caótico do dia, as largas avenidas de Bucareste parecem verdadeiras autoestradas rodeadas de jardins bem cuidados, muitas fontes e edifícios de arquitetura variada. As diferenças entre dezembro e setembro são abismais! Não há nevoeiro, gelo e frio. Antes pelo contrário! Há uma cidade que nos recebe com um abraço caloroso. As ruas estão todas iluminadas e cheias de publicidades às grandes marcas internacionais.

Entretanto, os primeiros raios de sol começam a iluminar a Dácia.

Como em qualquer mudança, localizarmo-nos no espaço às vezes torna-se engraçado.

Eu acho que fica para ali’, respondi eu, em tom desconfiado, ao indicar o corredor das pastas de dentes. Claro que não fica para ali! É que apesar de começarem pela mesma letra, Cora e Continente são hipermercados diferentes; e Bucareste e Vila Real têm algumas diferenças de organização.

O mesmo no centro da cidade: ‘O restaurante fica para ali, certo?’. Não, estava mesmo atrás de mim!

Praça Unirii
Praça Unirii
Rua no bairro de Lipscani
Rua no bairro Centrul Vechi

Geolocalizações à parte, Bucareste é uma cidade por descobrir. Para mim e para todos os que não conhecem os encantos aqui do burgo. Nesta sexta-feira à noite, como acontece todos os finais de semana, milhares de pessoas concentram-se no Centrul Vechi, o bairro central da cidade onde cafés, restaurantes e bares são o prato forte servido. Por entre ruas e ruelas, todas bem conservadas e iluminadas, distribuem-se filas intermináveis de esplanadas. Com as noites ainda agradáveis, nada melhor que nos sentarmos e bebermos um copo (ah, e apreciarmos as vistas. E que vistas! Um cruzamento de latinos (e latinas!), com eslavos e turcos. Dá uma mistura pouco habitual para os olhos de um português, mas muito apreciada por quem visita a cidade). E no meio desta multidão, onde praticamente nos sentimos os únicos turistas na cidade, somos envolvidos pela simpatia romena, sempre pronta a nos ajudar mesmo que seja num inglês rudimentar.

Venham, venham, bine ati venit la București!

4 opiniões sobre “Acho que fica para ali

Deixe uma resposta para Alberto da Cruz Chaves Cancelar resposta